Depressão
- Juliana Sena
- 30 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de jan. de 2022
Queria registrar aqui da forma mais sincera possível o quanto carregar a depressão e a ansiedade grave no peito é ter uma vida cheia de altos e muitos baixos.
A tristeza é justificável e evita que você se exponha a novas experiências ruins. Já a depressão é a falta de motivação, insônia ou sonolência exagerada, crises de ansiedade, humor triste, vazio persistente, irritabilidade, sentimento de desesperança, luto ou pessimismo, sentimentos de culpa, inutilidade ou desamparo, perda de interesse ou prazer pela vida, diminuição de energia ou fadiga, o falar lentamente, dificuldade de concentração, alterações no apetite, pensamentos de morte ou suicídio, ou até mesmo tentativa de suicídio nos casos mais graves, até mesmo dores de cabeça, problemas digestivos sem uma causa física, etc.
Ela é caracterizada por um excesso anormal da produção de tristeza e respostas ao estresse. Pessoas deprimidas apresentam uma redução na atividade do córtex pré-frontal subgenual do lado esquerdo, que produz sentimentos positivos. Ao mesmo tempo que dificulta a felicidade, facilita a tristeza. Assim como ninguém é culpado por ter uma doença genética, ninguém escolhe ficar deprimido.
Eu comecei a desenvolver a depressão em 2015 e só procurei ajuda em 2017 quando já era uma suicida no último estágio do episódio depressivo. Foi e é uma luta incansável me manter estável até hoje. Precisei ingerir medicação tarja preta, hoje é só muita terapia e cultivando bons hábitos. Mas mesmo tendo todo o apoio, todo o amor e cuidado do mundo, eu tenho muitos baixos. A vida é feita de momentos e eu aprendi a comemorar cada pequena vitória, como um momento dançando, sendo que mais cedo tinha demorado 2h pra levantar da cama.
Eu vim aqui escrever tudo isso pra vê se eu consigo de alguma forma alertar o quanto estamos num mundo adoecido e que você precisa notar as pessoas que estão ao seu lado e entender que depressão é uma doença extremamente séria que pode levar a morte. Recentemente fiquei sabendo que um rapaz se matou em seu local de trabalho, mas ninguém notou a tempo, ele injetou um remédio letal e em seguida um outro para cortar o efeito, sabe por quê? Porque ele desistiu, mas não teve como voltar. Um suicida não quer morrer, ele apenas quer acabar com a dor. Se alguém lhe contar que está pensando em se matar ou que não tem forças para levantar da cama ou fazer suas atividades mais básicas, acredite, peça ajuda, leve a um profissional, só não desista! O índice de suicídio só cresce, e pelo jeito a ignorância só tem contribuído para isto.
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