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Enquanto homens se priorizam, mulheres abrem mão de si mesmas o tempo todo

Homens e mulheres se relacionam, mas foram condicionados de formas diferentes, e no fim, a conta não bate. Enquanto homens herdaram a autoestima acompanhada do ato de se colocar em primeiro lugar em todas as situações, priorizando suas vontades, sonhos e carreira. Mulheres herdaram a submissão, sempre abrindo mão de seus sonhos, desejos e sentimentos. Assombradas pela obrigação inconsciente de sempre ocupar o papel da pessoa compreensiva da relação.


Mas não se engane, o desenvolvimento desse comportamento inicia-se dentro de casa, no convívio social e através do consumo midiático. A programação é feita desde cedo, através de inúmeras falas e cobranças. Por isso é tão difícil percebê-las. Não tem como fugir. Na história é comum ver homens que largam a família para virarem uma estrela pop star ou grandes empresários, enquanto suas esposas foram obrigadas a abrir mão de seus sonhos para carregarem o fardo de serem mães solo, não por escolha, mas por obrigação.


Nas relações amorosas é visivelmente perceptível essa herança se manifestar, enquanto homens se isolam, preocupados apenas com seu trabalho, mulheres que também preocupadas com seu trabalho, são obrigadas a experimentar o fel da frieza do seu parceiro, pois além de terem que lidar com seus próprios problemas internos, familiares ou de suas de carreiras, precisam conviver com o afastamento drástico e incômodo do seu parceiro. É perceptível que o privilégio que o homem tem de se preocupar apenas com seus próprios problemas, nunca será alcançado por mulheres. Engana-se quem acredita na utopia de mulheres livres de tudo isso. Experimente ser uma mulher que gira contra a máquina e experimente o gosto amargo da culpa excessiva, formada por uma vozinha interna que nunca te deixará sozinha.


Cresci assistindo filmes e novelas que utilizavam de cenas em que sempre a mulher era colocada como a que sempre brochava o cara com sua dor de cabeça, e depois que eu cresci, recebo mensagens de inúmeras colegas e amigas que reclamam da falta dos seus namorados e maridos em suas camas, porque eles estão tão focados em seus próprios mundos, que ignoram a existência de suas parceiras. As recheando de rejeição e solidão. Agora eu acho que a tal da dor de cabeça, era apenas uma projeção dos roteiristas e diretores dos filmes sobre a falta do interesse sexual deles, e para não abalarem sua virilidade, jogavam a culpa para as personagens femininas dos filmes. Até porque se isso fosse verdade mesmo, os vibradores nunca teriam sido criados. A falta de libido mulherio inventada em filmes não passa de uma grande farsa machista.


Escutamos desde criança que "homem é assim mesmo", enquanto somos condicionadas a sempre nos adaptar às vontades e desejos deles, que sempre esperam pelo movimento de suas parceiras para salvarem o relacionamento.

Definitivamente, o lugar confortável com toda certeza, é preenchido pelo homem. Enquanto mulheres precisam ser as malabaristas do relacionamento, homens não conseguem equilibrar mais de um limão nas próprias mãos.



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