Mesmo no fim, o amor nunca acaba quando se trata de amizade.
- julianasena1069
- 26 de fev.
- 2 min de leitura
Minha vida foi marcada por grandes amizades. Mesmo que isso não faça mais sentido hoje e muitas já tenham ido embora, confesso que depois que o luto passa, o amor continua. Fulana pode não ser mais minha amiga, mas eu sempre estarei torcendo por ela, mesmo que hoje ela nem torça mais por mim.
Uma das coisas que eu mais me orgulhei na vida foi de ter sido uma boa amiga; na verdade, era uma das únicas certezas que eu tinha ao meu respeito. Elas podem discordar, mas eu ainda acredito nisso, pelo simples motivo de ter feito o meu melhor. Durante todos os anos que eu tive com cada amiga, eu dei muito colo. Às vezes fui torta? Dramática demais? Raivosa? Abestada? Chata? Sim, mas colo nunca deixei de dar.
Eu sou daquelas pessoas toda quebrada com a cabeça ferrada, que tem espaço de sobra no coração para a empatia e a compaixão. Porque a vida nunca me deu o privilégio de me achar demais. Confesso que quase chegando nos 30 anos, eu tenho enxergado a solidão com mais clareza; talvez meu presente e futuro estejam me mostrando que no trem da vida, às vezes ficamos num vagão vazio por um tempo. Perder o medo disso foi a minha maior libertação. Esta visão me fez cuidar mais de mim e me proteger mais daquilo que me faz mal. E criar coragem para o rompimento foi uma delas.
Eu era daquelas amigas que, mesmo sem ter passado no vestibular, pulava de alegria com a amiga que passou. Eu fui aquela amiga que, mesmo no fracasso, ficava feliz pela vitória da outra. Mas isso nunca foi o suficiente; inclusive, várias vezes fui abandonada por algumas e todas as vezes que se arrependiam, eu recebia de braços abertos e o coração limpo, sem cobrar nada. Mas quando foi a minha vez de ser errada, como muitas vezes fui, não foi essa compaixão que recebi.
Eu perdi o medo de perder as pessoas e descobri que sobrevivo sem elas. E hoje, meu coração emana amor para cada uma, mesmo que nossas vidas não se cruzem mais. Até porque isso diz mais sobre mim e eu nunca vou deixar de ser quem sou.
Hoje em dia, quando assisto a essas séries que têm um grupo de amigas de 30 e poucos anos, eu só consigo pensar que amizade virou coisa de cinema.
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